sábado, 8 de fevereiro de 2014

Passado

Ontem de madrugada recebi uma ligação, número privado. Já pensei quem seria o engraçadinho que queria testar a minha paciência.

"Oi"

"Oi, quem é?"

"Me disseram que você trocou de número e pedi. Fiz mal?"

"É, esse número é novo. Quem é?"

"Sinto sua falta, podemos nos ver?"

"Dá pra dizer quem é, quero dormir e não tô com paciência pra brincadeira"

"É o Marcelo, por favor não desliga"

"..............."

[4 anos antes desta ligação]

Num dia qualquer conheci Marcelo. Me apaixonei a primeira vista (sim, isso realmente acontece). Ficamos, no outro dia eu quis ligar. Ah, coisa de menina boba, sem experiência na vida.

Sofri. Tive momentos lindos, inesquecíveis, chorei. Aprendi muito. Entre idas e vindas, entre ter que ser a outra e abrir mão de tanta coisa, cansei de viver em favor dele. Era muito amor dado, e pouco recebido. Na verdade, daqui sempre foi amor. De lá, não sei. Ele dizia que era "um querer" sem explicação. E eu, sem querer questionar, aceitava.

Hoje, depois de tantos espinhos, calos e releituras optei por deixar a vida levar Marcelo, já que ele mesmo não queria estar aqui, comigo.

Cansei, enjoei, esqueci.

[Retornando a ligação]

".............."

Fiquei a pensar o porque ele teria pedido para eu não desligar. Já imaginava que a minha reação seria essa? Droga, eu sempre tão previsível.

Ou será que é típico de muita gente causar feridas e voltar como se nada tivesse acontecido? Pode ser...

Não sei se foi fraqueza, imaturidade ou algo do tipo. Simplesmente não saiu nenhuma palavra. E fiquei ali, sem responder. Quem sabe ele volte a ligar, quem sabe eu tome essa atitude.

Hoje não, Faro. Só por hoje não.

A felicidade muitas vezes é uma escolha. Aproveite quando você puder escolher. E naquele momento, desligar foi a melhor opção.

E sobre esse rapaz, que ele fique onde está. Nada de aproximação. Quem gosta de passado é museu.

Por enquanto é isso. Por enquanto!





*O nome Marcelo foi usado para  não divulgar o verdadeiro envolvido na situação.

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