Desapegar
É engraçado - para não dizer desesperador - o vai e vem da vida. Há meses atrás você me ligou e disse que estava com saudade, mas feliz. Que precisava me ver, me sentir.
Há semanas nos encontramos e você disse que não daria para continuar, que estava pesado.
Eu pensei: "Tá, então beleza, cada um para o seu lado e que siga a vida."
Na hora foi assim. Não entendi. Não questionei porque sabia que o meu interior faria isso por mim, em mim.
E ainda não entendo, porém respeito. Sem mágoas, sem amarras. Apenas preservei a liberdade do seu querer.
Ontem, acordei e logo ia te ligar. Parei, senti uma pontada no peito. Ah, lembrei que tudo havia mudado. Cancelei a ligação, e depois de algumas lágrimas voltei a dormir.
Hoje, por incrível que pareça,levantei um pouco mais aliviada.
Tomei um banho, liguei o rádio e fui arrumar umas gavetas. Eu estava a sofrer por você e encontrei várias cartas, fotos e lembranças de outras pessoas. Retornei o pensamento as dores antigas e percebi que elas também passaram. E olha, algumas eu pensei que seriam eternas, outras eu sinto até hoje.
Mas enfim, deixe-me voltar a mim depois desta sessão de limpar gavetas.
E amanhã? Ah, não sei. Para que sofrer/ser feliz por antecipação se eu posso viver o agora? Quem sabe, eu esteja tão focada no que pode acontecer, que perco o que está a minha volta. O que pode surgir, o novo. É, tá na hora de desapegar.
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